Friday, December 21, 2007

Melhores discos do mundo

21.12.07

Esse post mais que especial é o presente de Natal que o essencial Tião Francis oferece aos leitores do máquecousa.
Meu amigo, tem muito disco aí embaixo que é de ouvir chorando (de alegria, gente!).
Se você tá com a grana curta para viajar nas férias seus problemas acabaram.

Viva a Internet!
Viva os amigos do máquecousa!


Os imperdíveis apontamentos de Tião Francis


Meu nome é Tião Francis, mesmo que tenha nascido Sebastião Francisco de Mello Neto.

Moro em Curitiba, mesmo que tenha nascido no Rio de Janeiro. Falo do nosso tempo, mesmo que tenha nascido em 1949. Sim, sou um velho, mas não apenas isso, sou um fracassado também. Muitos não são nada, não tenho essa sorte!

Acordei com vontade de fazer algumas listas de fim de ano, sabe aquelas que os jovens fazem, os 10 melhores isso, os 5 piores aquilo... Me dei conta que já não tenho a memória de um jovem, nem a aparência é claro, mas ainda me sobra um pouco de ingenuidade (para pensar que alguém vai ler esse texto) e também uma certa arrogância de achar que a minha escolha fará alguma diferença, é meus caros, algumas coisas não mudam com a idade...

Vou começar com uma lista infantil, da “minha” infância, os 10 melhores discos (por ano) dos anos em que essa mente perigosa e tortuosa foi formada para a música:

1957 (8 anos) – Thelonious Monk – brilliant corners

1958 (9 anos) – Billie Holiday – lady in satin

1959 (10 anos) – Miles Daves – kind of blue

1960 (11anos) – Elvis Presley – elvis is back!

1962 (13 anos) – Ray Charles – modern sounds in country and western music

1963 (13 anos) – James Brown – live at the apollo

1963 (14 anos) – Bob Dylan – the freewheelin'bob dylan

1964 (15 anos) – The Rolling Stones – the rolling stones

1965
(16 anos) – The Who – my generation

1966 (17 anos) – The Beatles – revolver


Em 1969 o homen pisou na lua (afirmavam isso, pelo menos), eu tinha meus 20 anos e não pensem que só no Cabo Kennedy existiam lançamentos bombásticos, na indústria da música também:


1 – Neil Young With Crazy Horse – everybody knows this is nowhere

2 – Leonard Cohen – songs from a room

3 – The Rolling Stones – let it bleed

4 – The Velvet Underground - the velvet underground

5 – The Stooges – the stooges

6 – Led Zeppelin – led zeppelin

7 – MC5 – kick out the jams

8 – Sly and Family Stone – stand!

9 – Frank Zappa – hot rats

10- The Kinks – Arthur


Não conseguiria lembrar nada do que fiz ou ouvi nos anos 70, mesmo que quisesse muito, seria impossível. Então me proponho a pular essa parte, ir para os melhores álbuns (sim, meus amigos, as bandas lançavam “álbuns” naqueles tempos) de estréia de bandas, entre os 70's e os 80's.

“As 10 melhores estréias que lembro!!”:


1 – Ramones – ramones (1976)

2 – Talking Heads – talking heads:77 (1977)

3 – Television – marquee moon (1977)

4 – Joy Division – unknown pleasures (1979)

5 – Violent Femmes – violent femmes (1982)

6 – The Jesus & Mary Chain – psychocandy (1985)

7 – Beastie Boys – Licensed to lll (1986)

8 – Pixies – surfer rosa (1988)

9 – The Sugarcubes – life's too good (1988)

10 – The Stone Roses – the stone roses – (1989)


Os 20 discos mais importantes dos anos 90:


1 – Happy Mondays – pills'n'thrills and bellyaches (1990)

2 – Sonic Youth – goo (1990)

3 – Nirvana - nevermind (1991)

4 – Massive Attack – blue lines (1991)

5 – Primal Scream – screamadelica (1991)

6 – Rage Against the Machine - rage against the machine (1992)

7 – Sonic Youth – dirty (1992)

8 – P.J. Harvey – dry (1992)

9 – Suede – suede (1993)

10 – The Smashing Pumpkins – siamese dream (1993)

11 – Portishead – dummy (1994)

12 – Blur – parklife (1994)

13 – Supergrass – i should coco (1995)

14 – Radiohead – the bends (1995)

15 – Beck – odelay (1996)

16 – The Chemical Brothers – dig your own hole (1997)

17 – Buena Vista Social Club – buena vista social club (1997)

18 – The Verv – urban hymns (1997)

19 – Air – moon safari (1998)

20 – The Flaming Lips – the soft bulletin (1999)


Bom, e nos 2000 o que eu posso dizer? Nada, esse tempo já não me pertence, deixo isso para os jovens criadores de blogs e coisas do gênero. Não me arrisco nem a dar “pitacos” nas listas dos melhores do ano, o melhor disco que ouvi em 2007 é de 2002 !!! “Scorpio Rising” do maravilhoso Death in Vegas. E por falar em Vegas, lembrei que tenho que sair de férias, vou para algum cassino perder dinheiro e ver shows bizarros de covers do Elvis...

Wednesday, December 19, 2007

No Paraíso Nacional

19.12.07

Olha o presente que recebo do meu amigo Mauricio. Tá, vai... ele assinou como Mauricio mas não posso deixar passar... o Mauricio ninguém conhece, conhecemos sim o Ciorimau, ou Senhor Imau, como muitos imaginam.
Enquanto alguns (ou alguma...) andam sem inspiração, meu amigo Ciorimau largou nos comentários um inspirado e assertivo ranking dos melhores shows nacionais de 2007. Não posso deixar restrito aos comentários, e o ranking vai para a primeira página do máquecousa.

Ciorimau, um Feliz Natal para você também. Aguardamos ansiosos pela estréia do seu blog, mas enquanto isso o máquecousa está de portas abertas. Muito obrigada por me resgatar do subterrâneo Inferno Astral. Sinto até umas idéias querendo chegar ao cérebro... Obrigada, um abraço!!

Eu e Ciorimau em 2005, num show do Nação Zumbi que ocupou uma boa posição no ranking daquele ano.

Por: Mauricio de Olinda

Não gosto de classificações, mas sim de Ranking. Vou fugir um pouco do cenário internacional que a mim somente interessa os clássicos.
Portanto quero criar o meu ranking com os melhores shows de 2007 que eu fui.

1. Mutantes - Show inesquecível de uma banda histórica. Está entre os 5 melhores shows da minha vida.

2. Chico Buarque - Apesar de ter que ficar sentado (show no Teatro Guaíra) e o CD Carioca não ser nem de perto um dos melhores de Chico, não posso deixar de colocar este show no ranking, mesmo pela importância histórica do momento.

3. Móveis Coloniais de Acaju - Se eu pudesse entregar o prêmio de banda revelação 2007 daria a esta banda. Show sensacional. Coisa de louco. Quero agradecer ao Alexandre Guedes (Cajinha) por colocar essa banda na trilha sonora do filme "O Condutor", cujo tenho o papel de protagonista.

4. Vinhada de fim de ano - A super vinhada que considero a melhor que já fui. Estrelada pelas bandas: Calouros sem nome, Sabonetes e Charme Chulo.

5. Cordel do Fogo Encantado - Não posso deixar passar esse show. Muito bem comportado, é verdade. O show foi na Ópera de Arame às 8 da noite de um domingo, mas a banda pernambucana é realmente fantástica. Transmite uma energia sem igual.

Gostaria de por fim dar minha menção honrosa as bandas Mundo Livre S/A, Heitor e Banda Gentileza, Real Coletivo Dub, Cia Groove. Perdão por ter me esquecido de alguma, e Marina foi mal ter escrito um comentário tão longo. Tudo Bem! Vou pensar em ter um blog só pra mim.

Feliz natal.
Mauricio de Olinda

Tuesday, December 11, 2007

Eles arrasaram

11.12.07

Foto: Halfin/AT/Getty

Led Zeppelin Triumphs At London Reunion Show
billboard.com

Led Zeppelin played a storming show
nme.com

Incendiary, magnificent, volcanic, truly transcendent': Led Zeppelin return in style
timesonline.co.uk

Bizarre, beguiling and better than ever, Led Zeppelin's return is a triumph
guardian.co.uk

Shots from the concert of the year
rollingstone.com

Foto: Mazur/ Getty

Saturday, December 8, 2007

Alistamento obrigatório

08.12.07

Nunca fui adepta de listas, apesar de acha-las divertidas. O problema é que as coisas mudam tanto de um dia para o outro que eu considero arriscar uma lista com posições um negócio muito delicado. Por outro lado, penso que não precisamos ser tão sérios a ponto de nos obrigarmos a eleger uma lista estática. Então vou avisando, as minhas listas são mutantes. Daqui a alguns meses posso ler esse post e dar risada das minhas colocações....mávalá...esse é o meu Top 5 dos discos lançados em 2007. Eu já aviso que hoje, assim, agorinha, as posições no ranking seriam diferentes, mas penso que preciso considerar uma média de tempo de “apaixonite” por cada álbum desse durante o ano, então o ranking fica assim:

PrimeirassoEra Vulgaris | Queens of the Stone Age
SegundãoFavourite Worst Nightmare | Arctic Monkeys
TerceiroIcky Thump | White Stripes
QuartinhoIn Rainbows | Radiohead
QuintinhozinhoOur Love to Admire | Interpol

Por aí já da pra imaginar a lista dos melhores shows né? Então não vou nem comentar... Obrigada, um abraço.


Ah, claro, você sabe que se quiser fazer uma lista qualquer e compartilhar, ela será muito bem-vinda. Eu recomendo, sabia? Depois que montei essa sinto que um dia, talvez, eu esteja apta a responder à fatídica e assustadora pergunta, Quem você prefere, os Beatles ou os Stones? (!!!!) Por enquanto ainda continuo mandando quem pergunta tomar banho...

Última coisa: não posso terminar esse post sem fazer uma menção honrosa a Amy. Back to Black foi lançado no final de 2006, mas o disquinho rodou muito na minha vitrola esse ano.

Thursday, December 6, 2007

Será que agora vai, ou melhor, vem?

06.12.07


Ao anunciar que provavelmente tocarão na América do Sul (Argentina e Brasil) pela primeira vez em 2008, o Radiohead deixa os olhinhos dos fãs tupiniquins brilhando de esperança.
Bem, por enquanto, a banda confirmou 16 datas de shows apenas na Europa, durante junho e julho. O prometido é que nas próximas semanas devem ser anunciadas as datas para os Estados Unidos e demais localidades (aqui, vem aqui!).
“América e outros paises serão anunciados logo, mas os detalhes ainda não foram finalizados”, diz o manager Bryce Edge. Com relação às datas dos “outros países” ele avisa: “Está tudo pendente. Depende de quanto tempo a banda quer ficar em turnê. Mas estamos procurando por coisas fora da América e Europa”.

Como In Rainbows vai estar disponível nas lojas em formato “palpável” a partir do dia 31 de dezembro, os downloads do álbum em formato “quer pagar quanto?” encerram-se no dia 10 de dezembro. Nesse mesmo dia será lançado um box set com os sete álbuns anteriores ao In Rainbows. O box está disponível em três formatos: a caixa física, que contém os CDs em Digipack com a arte original; formato digital para download e o mega fofo pen drive USB em forma do urso ícone da banda. Detalhe, a caixa com os CDs vale 39.99 libras, e o mega fofo pen drive 79.99. É o preço da fofura.

Tem vídeo recém-lancado também. A canção é a ótima Jigsaw Falling Into Place. Vou por lá embaixo o link para outro vídeo, Bodysnatchers, que também vale um clique. E a gente vai assistindo enquanto espera pacientemente o Thom Yorke vir até aqui nos abduzir.



radiohead.com
radioheadstore.com
bodysnatchers

Teoria da Conspiração I – O Planeta Ork

06.12.07


A suspeita sempre existiu, mas depois de ver o vídeo de Jigsaw Falling Into Place, não restam muitas dúvidas que Thom Yorke não é desse planeta, e que aqueles capacetinhos na cabeça do pessoal da banda são na verdade conectores com o espaço. Aliás, não sei se algum terráqueo toca nessa banda, viu.
Pensei muito sobre isso essa semana e não pude deixar de lembrar de outra figurinha alienígena que nos visitou a pouco, a intrigante Björk. Fiquei imaginando se ela e Thom seriam do mesmo planeta e, acreditem, na minha cabeça a conexão não foi imediata. Achei que seria mais difícil matar a charada e não vi o que estava embaixo do meu nariz, ou melhor, do meu ouvido. Thom Yorke e Björk... não adianta disfarçar colocando uma letrinha diferente aqui e outra ali... já sabemos tudo sobre o Planeta Ork.
Fui atrás de mais indícios de que os dois são provenientes do mesmo planeta e descobri que os orkianos mantém contato na Terra. Thom colaborou com a Björk na musica I’ve Seen It All (trilha do belo filme estrelado por ela, Dançando no Escuro) e, há pouco tempo, disse que Unravel era uma das mais bonitas canções que ele conhecia, e convenceu os colegas de banda a fazer um cover. Pois ao ver o vídeo da versão Radiohead, qual foi a minha surpresa quando, na metade da gravação, Thom levanta, se dirige a um quadro negro e escreve calmamente uma mensagem em linguagem orkiana(!!), depois ele disfarça e transforma a mensagem na frase: “A quem isto interessar” ... é realmente fascinante.
Outra característica dos orkianos é que às vezes eles podem ser avessos a envolvimento com terráqueos altamente desenvolvidos. Thom negou um dueto com Paul McCartney, alegando que só se sentia feliz trabalhando sozinho ou com material pertinente ao Radiohead (ou ao Planeta Ork?). Pensei na hipótese de Paul ser um representante de algum planeta que não mantenha boas relações diplomáticas com Ork... mas acho que não. O John, sim. Mas o Paul é um terráqueo dos bons.
O importante é que, fora essa “excentricidade”, podemos dizer que a estadia dos expatriados orkianos na Terra é favorável à raça humana. É claro que não são todos terráqueos que estão prontos para absorver tal mensagem, mas os orkianos são do bem, gostam de sons bonitos e talvez queiram dominar o mundo para um reinado pacífico. Por isso eu digo, se você tem medo de ser transportado para outro planeta surfando em ondas sonoras evite os orkianos ao vivo.



Ficha técnica: ORKIANOS

Principal forma de transmissão de mensagens para terráqueos – voz.

Forma de conexão com o Planeta Ork – chacoalhando as mãos no caso de representantes femininas ou balançando a cabeça para os lados no caso de representantes masculinos.

Características físicas – estatura pequena e olhos levemente puxados, que podem ser um maior que o outro em alguns casos.

Veja com seus próprios olhos!

Thom Yorke mandando uma mensagem em orkiano

Sunday, December 2, 2007

Bigode gente boa

01.12.07

Os tentáculos do nosso blog se estenderam até São Paulo e Mondrian Alvez, mais um bem-vindo amigo do máquecousa, conta como foi o show do Eagles of Death Metal, a banda que coloca a diversão em primeiro lugar, e não abre mão de um delicioso e animado rock'n'roll.

eaglesofdeathmetal.net
myspace.com/eaglesofdeathmetal


Por: Mondrian Alvez

Vou começar a falar da passagem do Eagles Of Death Metal pelo Brasil direto do backstage. Minutos antes do show, fui conhecer Jesse Hughes, o carismático frontman bigodudo. Fomos apresentados e, logo de cara, ele me pediu um daqueles tradicionais cigarros para relaxar e descontrair o papo. Já estava preparado para uma noite rock'n'roll, e num local reservado em área aberta com uma lua bacana, só podia bater uma brisa muito boa. Nada de entrevistas chatas. Fumamos, bebemos e falamos sobre música e mulheres, verdadeiras paixões estampadas nos olhos e na atitude desse figuraça (ops... de quem estou falando mesmo?). Jesse estava mostrando uns detalhes na barra da calça jeans, uns raios de couro bordados durante sua passagem pela Polônia, quando chegaram os caras da banda. Todos extremamente simpáticos, de verdade, e inesquecíveis. O ogro Brian O'Conner (o cara é um gigante) mostrou sua mão enorme e disse, com voz grave: "I play bass, man... look to my hand... don't forget this!". Impossível esquecer! Mas não fique impressionado, Brian tem um coração proporcional ao seu tamanho. Todos são loucos por rock, tratam bem as mulheres (e se dão muito bem), conversam com todo mundo e valorizam cada momento da turnê, sem demonstrar um pingo de arrogância. É incrível, mas essa vibração é idêntica em cima do palco. Assistindo ao show, fui privilegiado em constatar que os Eagles são as mesmas pessoas que estavam comigo ali no backstage. Eles conseguem se aproximar demais do público, da mesma forma que se comportam sem os holofotes, parecendo não haver barreiras nem falsidade. Após a apresentação escaldante, foram tomar uma ducha para continuar o "social" no backstage. Nada de ir para o hotel descansar, como era de se esperar. Com convidados e alguns fãs selecionados, tiraram fotos, deram autógrafos e bateram muito papo. Com todos, durante umas duas horas. E ainda foram os últimos a deixar o local, como se estivessem recepcionando convidados em sua própria casa. Não deixaram de dar atenção a ninguém, principalmente às mulheres. Vida de rockstar merecida.


Como nem tudo é perfeito, fiquei sem um bom registro fotográfico digno de ser publicado. Neste Festival Motomix, patrocinado pela Motorola, me empolguei (e me atrapalhei) com meu novo aparelho celular. Toda as fotos ficaram escuras... Eu estou aí, com o Jesse Hughes. Mas, para compensar, trouxe os autógrafos do Eagles of Death Metal. Taí a prova de que os caras valorizam cada detalhe:














Jesse Hughes e David Catching

Brian O’Conner e Gene Trautmann


O SHOW
O pouco conhecido Eagles Of Death Metal surpreendeu o público da Clash (SP) nesta quarta-feira (28). A casa estava cheia e ideal para uma verdadeira noite de rock, confortável para curtir o show e com um palco bem montado. Havia uma certa euforia no ar para o início da apresentação, pois os fãs vieram preparados com as músicas na ponta da língua, mas não sabiam exatamente o que veriam no palco. Afinal, os caras do EODM são quarentões, têm apenas dois discos, porém são respeitáveis colegas de trabalho de Dave Ghrol, de Josh Homme (QOTSA) e gravam no saboroso Desert Sessions. A galera sentia um fiozinho de esperança em presenciar alguma participação especial, e um certo medo que a falta da mesma faria. Não faltou nada.
Início de show, entram somente quatro malucos no palco, e nem precisaram tocar uma nota sequer. Somente a presença dos californianos foi suficiente para energizar toda aquela gente. Antes de soltar o primeiro acorde, o eletrificado frontman Jesse Hughes andou de um lado pro outro, olhando no olho dos fãs, com um sorrisão carismático e soltando uns berros. Pronto, estavam todos cativados.
Jesse exibiu seu bigode gigantesco o tempo todo, não parou de mexer no cabelo e no seus óculos escuros. Quando o líder sujo e malvado parecia vaidoso demais para a ocasião, sacou um pente do bolso (de trás) do guitarrista David Catching e penteou as madeixas com grande estilo. Devolveu o pente ao lugar com direito a um tapinha no bumbum de David. Diversão pura, e nada de frescura, esse é o grande lance do Eagles. "The Devil" Hughes comandou o show de ponta a ponta, refletindo na banda uma imagem bem diferente do que o público esperava do estilo. Com o corpo em forma, trocou de camiseta diversas vezes, exibindo estampas variadas como "gangster of love", Hell Angels e Killers (Iron Maiden). E mexeu com as garotas o tempo todo, incansavelmente convidando as "ladies" para uma festinha depois do show (e várias sumiram para o backstage). Ele estava bem empolgado com a grande quantidade de meninas na casa... claro que declarou amor pelo Brasil.
A primera parte do show foi marcada por uma falha inesperada no equipamento, que cortou o som direcionado para o público, causando revolta e xingamentos contra o patrocinador do evento. Na levada contínua do batera Gene Trautmann, o Eagles fez do problema a sua glória: continuaram tocando por mais quatro músicas somente com o som de palco, como num ensaio, no melhor estilo rock'n'roll. Nesta seqüência, foi o momento perfeito para Jesse mandar sozinho Midnight Creeper, e para o gigante Brian O'Conner valorizar o timbre distorcido do seu contra-baixo. Resolvido o problema técnico, o som voltou nervoso, com a galera abrindo rodas de pogo e dando moshes empolgados. O bis veio com Brown Sugar (Rolling Stones) e Beat On The Brat (Ramones). Atendendo a pedidos, continuaram com o hit So Easy e estenderam o repertório para compensar o retorno caloroso dos paulistanos.
A cada intervalo entre as músicas, os EODM conversou e distribuiu para a platéia baquetas, palhetas, toalhas, lenços, as camisetas suadas de Jesse e muitos agradecimentos. O simpático David – gordinho, careca, de lentes azuis e com seus 46 anos –, não deixou barato e quebrou sua Gibson no encerramento, presenteando a galera com um souvenir mais que especial.

Para ficar bem claro: os caras são legais pra caralho, é exatamente isso..
Mais um!
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Mondrian Alvez é guitarrista da banda paulistana Mariposa e sócio do estúdio homônimo. Também escreve mensalmente sobre música para a revista L’Officiel Brasil e para o site Pop Mix, onde assina a coluna STONED. Na coluna, você pode ler alguns dos textos publicados na revista, além de outros comentários chapados de… rock!

popmix.com.br
profile.myspace.com/112594048
myspace.com/mariposarock

Friday, November 30, 2007

Singelas e despretensiosas sugestões para o findi curitibano

SEXTA 30.11.07

AUDITÓRIO DO MON
Conjunto Nacional
(Paulo e Chico Caruso + Luís Fernando Veríssimo)
$$$ 2 kg. Alimento + 15 | 7,50 (est. e clientes BB) | 20h30

PORÃO ROCK CLUB
Sopro Difuso | Variantes
$$$ 8

KOROVA
Cosmonave | Gianninis
$$$ 5

92°
PunKake | Circle | DeadAnyballKury
$$$ 10

SÁBADO 01.12.07


CURITIBA MASTER HALL
Nasi + Relespública
$$$ 30

JOKERS
Dj’s Miranda e Ronipeck
$$$ 20 (masc.) | 15 (fem.)

DOMINGO 02.12.07

PORÃO ROCK CLUB
CWBillys | Auto-controle
$$$ Free (8 cons. Sugerida) | 18:00

JAMES
V8
$$$ 5

Thursday, November 29, 2007

A saga da reunião

29.11.07

Toda poeira que levanta quando ninguém menos que o Led Zeppelin anuncia uma apresentação ao vivo.


Quando John Bonham morreu engasgado no próprio vômito, o destino selou não apenas o fim da vida e da carreira de um baterista único, mas também o fim de uma banda que ocupa um dos tronos mais bonitos e importantes na cúpula master do rock. Era setembro de 1980 e, dois meses depois, o Led Zeppelin confirmou o encerramento de suas atividades, por considerar Bonham insubstituível.
Desde então, todos os dias, súditos da nação roqueira encontram conforto para o duplo luto no legado zeppeliniano. São oito álbuns de estúdio, três ao vivo e mais uma série de remasterizações e compilações.
Durante sua existência, o Led sempre manteve ativa uma postura agressiva de gravação de álbuns e shows e uma postura arredia em relação a imprensa. Pré-planejada ou não, essa atitude ajudou a reforçar o misticismo e mistério acerca da banda, principalmente no quesito sexo e drogas (o rock'n'roll não era segredo para ninguém). Quem nunca ouviu a famosa lenda do peixinho que se tornou um tubarão vivo?

Depois do fim, os remanescentes da banda se apresentaram juntos apenas três vezes. A primeira foi em 1985, na Philadelphia, no Live Aid, onde tocaram com Phil Collins para 90.000 pessoas. Nas palavras de Jimmy Page, a apresentação foi um desastre. Anos mais tarde, a banda não permitiu a inclusão das imagens dessa apresentação no DVD do concerto, lançado em 2004. Ao invés da autorização, preferiram mandar uma doação para o Live Aid. O Phil deve ter ficado sentido. Apareceram novamente em 1988, no aniversário de 40 anos da Atlantic Records, agora com Jason Bonham, o filho de John, na bateria. O terceiro encontro foi no casamento de Jason.

Em setembro desse ano, o Led Zeppelin anunciou que se reunirá, mantendo a formação com Jason na bateria, para uma apresentação ao vivo em um concerto realizado para arrecadar fundos para a Ahmet Ertegun Fundation, que patrocina bolsas universitárias no Reino Unido, Estados Unidos e Turquia. Ahmet Ertegun, falecido em dezembro de 2006, foi o fundador da Atlantic Records, e sempre teve uma relação de amizade com o Led.
Antes mesmo do anúncio oficial do show, muita gente começou a ficar em polvorosa com a possibilidade de ver os Caras. O show foi confirmado, à princípio, para o dia 26 de novembro, na O2 arena, em Londres, e os ingressos foram colocados a venda por 125 libras (R$ 464) cada, limitados a dois por pessoa. Mas não adiantava montar acampamento na fila para comprar... quem tivesse interesse em ir precisava se cadastrar no site Ahmettribute.com, e um sorteio escolheria aqueles que poderiam comprar. O site congestionou completamente, e estima-se que 20 milhões de pessoas tenham tentado se cadastrar para disputar 18.000 ingressos.
Nessas alturas, já estavam rolando muitas especulações a respeito de uma possível volta da banda, todas negadas pelo promoter Harvey Goldsmith, que afirmava não haver interesse da parte deles em voltar, mas que todos estavam gostando de trabalhar juntos e estavam preparando uma apresentação de duas horas.
Enquanto isso, na radio britânica WNYC, Robert Plant afirma que a reunião da banda fez ele se sentir como o Superman, mas pelo jeito ele não estava se referindo à parte super poderosa: “Eu só espero que todos se divirtam. Vamos encarar. Tantas pessoas querem ir ao evento, e se for fantástico? A antecipação está me oprimindo incrivelmente. Eu a estou carregando como um tipo de kriptonita, sabe? E tudo que eu quero é me divertir um pouco".


No dia 01 de novembro um comunicado afirma que o show seria adiado. Motivo: Jimmy Page quebrou o dedo e precisa ficar longe da guitarra por três semanas. Ele anuncia, “Estou desapontado que fomos forçados a adiar o concerto por duas semanas. No entanto, o Led Zeppelin sempre estabeleceu padrões bem altos para nós, e sentimos que esse adiamento vai permitir que minha lesão cure propriamente, e nos permitir tocar no nível que tanto a banda quanto nossos fãs sempre foram acostumados”. Uau!
É claro que quem não gostou nada dessa história foram aqueles que já haviam comprado passagens e reservado hotel ou, pior, os que não podem comparecer à nova data. Para esses casos, a instrução era comparecer ao ponto de venda para resgatar o reembolso. Será que alguém teve coragem?
Cinco dias depois de anunciar o adiamento do show, Jimmy Page revela como quebrou seu dedo, em uma queda no jardim da sua casa. Jimmy também dá a entender que toparia fazer mais shows do Led Zeppelin, pensando em todas as pessoas que gostariam de assisti-los, mas que compreende o porquê de alguns dos outros membros não quererem sair em turnê. Robert Plant é categórico. Em entrevista ao Daily Express ele manda: “Precisamos fazer um último grande show, porque fizemos alguns shows, e foram todos um lixo”. “ Quando eu retorno das turnês, fico chocado ao encontrar muitos de meus amigos indo para a cama muito cedo, e isso significa que eu provavelmente devia estar fazendo o mesmo. Talvez eu deva parar de me divertir e ficar velho”.
Dia 05 de novembro, no fim de tarde, o Led Zeppelin “domina” alguns locais movimentados em Londres, como Trafalgar Square e Covent Garden, projetando áudio e vídeo em prédios. Os vídeos mostraram imagens de performances clássicas de Black Dog, Whole Lotta Love e Kashmir. É um aquecimento para o lançamento de Mothership, uma compilação de dois discos, com 24 sucessos. No dia 12 de novembro, a coletânea foi lançada e todo catálogo do Led foi disponibilizado para compra em formato digital. Na semana seguinte, Stairway To Heaven aparece no número 37 das paradas britânicas. Trinta e seis anos depois de seu lançamento, um dos maiores sucessos do Led está no Top 40 pela primeira vez.
As ações que ajudam a deixar menos tristes aqueles que não poderão presenciar o encontro não acabam aí. No dia 20 entrou no ar um novo website, recheado de informações e interativo, onde os fãs podem publicar resenhas ou fotos. Também foi relançado com material inédito o CD e DVD The Song Remains the Same, o primeiro vídeo do Led, que foi gravado durante três apresentações no Madison Square Garden em 1973.

No meio de tantos acontecimentos, Page se manifesta novamente e confirma que seu dedo está se recuperando bem. Confessa que antes de confirmarem o show ensaiaram juntos algumas vezes, para verificar se estava tudo “ok” e que os ensaios foram ótimos. Conta que no show tocarão uma música nunca executada ao vivo antes, mas dá uma dica pouco esclarecedora: “A música é de quando a banda estava junto entre 1968 e 1980. É um numero realmente intenso”. Ele também demonstra, novamente, que podem estar pensando em uma turnê ao deixar claro que todos ficaram realmente espantados com a demanda de ingressos, mas mantém sua posição dizendo que farão esse espetáculo e verão o que acontece depois. Porém, longe dali, em Cincinatti, Ian “dei com a língua nos dentes” Astbury, vocalista do The Cult, solta essa no final de um show: “Estaremos de volta no próximo ano, porque vamos fazer os shows de abertura da turnê de uma banda que talvez vocês tenham ouvido falar. O nome começa com L e tem um Z”. Um fã na platéia se pronunciou: Led Zeppelin! Ian balançou a cabeça afirmativamente, e ergueu um braço para o alto, comemorando. Logicamente, os relações públicas das duas bandas insistem que nenhuma decisão foi tomada.


No final de outubro Robert Plant lançou, em parceria com Alison Krauss, o álbum Raising Sand. Alison é uma popular cantora de bluegrass, música americana de raiz. O álbum é muito bonito e bem produzido, mas o estilo passa longe da eletricidade do Led Zeppelin.
Aos fãs do Led, resta torcer para que a alma roqueira de Robert, que sabemos ser furiosa, desperte durante o show no dia 10. Assim, no próximo ano, ele pode saciar sua necessidade de calmaria ao lado da bela Alison, mas também incendiar palcos e platéias novamente à frente do incomparável Led Zeppelin. Assim esperamos!



ledzeppelin.com

Lesados do róque

29.11.07

A queda de Jimmy Page no jardim não é um evento isolado. Na história do rock, muitas estrelas já foram fisicamente lesadas. Aí vão alguns causos, quem lembrar de mais algum contribui. Obrigada, um abraço.

1992

James Hetfield, do Metallica queima seriamente seu braço na pirotecnia de um show no Canadá.

1997

Neil Young cancela um show pois cortou o dedo enquanto preparava um sanduíche de presunto.

2003
Uma velhinha bate no carro de Jack White e ele quebra o dedo com o acionamento do air bag.

2004

David Bowie tem o olho atingido por um pirulito atirado da platéia em um concerto.

2006
Keith Richards cai de uma palmeira nas Ilhas Fiji.

2007
Jamie Reynolds, do Klaxons, quebra a perna pulando pra fora do palco na França.

Quem mais?

Wednesday, November 28, 2007

Animal

28.11.07

Originalmente um hit dos anos 50, Conquest caiu nas (boas) mãos de Jack White e virou uma das melhores músicas de Icky Thump, o último do White Stripes.
O vídeo de Conquest foi lançado dia 26 e prova, para alívio dos reles mortais, que até rock stars geniais tem seu coração partido. Mas é claro que não é qualquer um que consegue essa proeza...



Dia 31 de dezembro o WS lança Conquest como o terceiro single de Icky Tump, em três versões de vinil de sete polegadas. Um preto, um branco e um vermelho, claro. Mas, para você querer todos, cada um tem uma música nova no lado B, todas co-produzidas pelo Beck e gravadas na sala de estar dele.
O vinil preto apresenta It’s My Fault for Being Famous, com Beck no piano e vocais, o branco vem com Honey, We Can’t Afford to Look This Cheap, que tem Beck na slide guitar e a do vermelho é Cash Grab Complications on the Matter, sem participação do Beck, mas com Conquest em uma versão mariachi acústica.
Qual você escolheria?

whitestripes.com

Tuesday, November 27, 2007

Exposição + Korova

27.11.07

Até dia 20 de dezembro quem for no Korova pode, além de fazer um lanchinho ou tomar um Cosmopolitan, apreciar a exposição de ilustrações de Bruno Oliveira, baseada em textos de Cristiano Castilho.

fatoouficcao.com
criscastilho.blogger

Sunday, November 25, 2007

Mombojó no Era Só

25.11.07

Foto:divulgação
Tião Francis está se tornando o olho que tudo vê, e conferiu o show do Mombojó aqui em Curitiba, dia 22, no Era Só o Que Faltava. Vamos aos imperdíveis!

Os imperdíveis apontamentos de Tião Francis.

Por: Tião Francis

Sim, sou insistente e a Má Mosol mais ainda, pois me deixou ocupar tão garboso espaço novamente!

A noite é no Era só o que faltava! Espaço sempre aberto para bandas chamadas alternativas, sejam elas suecas ou pernambucanas. Hoje é a vez de Mombojó que não é uma banda sueca e sim pernambucana, mais precisamente do Recife, lá de onde saem tantas bandas legais...

Já tinha visto uma pequena amostra da banda, no saudoso Curitiba Pop Festival, mas nada que chamasse muito a atenção, na verdade tinha até pensado que era “muito barulho por nada”!!

A cortina abre e a banda se mostra, ok! O visual é até legal, estilinhoretroapoucosaidobrexomaiscooldacidade, mas o som é morno e melancólico, com pouca força, pouco entusiasmo. Em certo momento penso estar escutando uma nova versão de Burt Bacharach moderninho, mas talvez seja só impressão, logo acordo desse devaneio quando Marcelo Machado troca sua guitarra original por uma possante e negra Les Paul e um turbilhão de efeitos com seus 14.000 pedais (retrô, é claro!! hahaha) essas trocas de guitarra iriam durar boa parte do show. As coisas começam a melhorar e o vocalista Felipe S, apesar de continuar sem grande entusiasmo, comanda a banda para uma mistura da parte retrô com um rock mais agressivo e contemporâneo (de sotaque nordestino, é claro!!), ponto para os caras!! A bateria de Vicente Machado (será que é parente do caranomederua??) e o baixo de Samuel são bem competentes, mas quem ganha a cena é o “seu barba” mais conhecido como Chiquinho, o comandante dos teclados e efeitos super especiais. O cara toca muito e traz para a banda um som mais moderno quando é nisso que pensamos e mais clássico quando isso é preciso. Chiquinho é 10!

Eles ainda guardam um trunfo na manga, Marcello Campello, que além de uma linda guitarra semi-acústica, por vezes saca seu instrumento inusitado e ataca de escaleta, bem legal !!

Pena que quando tudo começa a ficar perto da perfeição, o show termina e as cortinas se fecham. Mas espere um pouco, ainda faltam músicas conhecidas e o público quer mais... Então eles voltam, claro!

Só que nesse meio tempo deve ter ocorrido algo muito estranho no camarim, sei lá, algum problema elétrico, de voltagem... A banda voltou super “ligada” e como eles mesmo cantam “ ...um dia todo mundo vai morrer...”, nesse caso nem que seja de tanto cantar e dançar, pois tudo que era melancólico e sem entusiasmo acabou com a primeira parte do show. Na verdade foi um novo show, agora sem trocas de guitarras, só a Les Paul, e bem pesada, rock de verdade e de qualidade. Felipe S me surpreendeu e comandou a banda, a “platéia”, cantou, dançou e se desfez em elogios ao público, que retribuiu com muita alegria. Era essa a chave, a chave do reino da alegria...

deixe-se acreditar

eu quero um samba pra me aquecer
quero algo pra beber, quero você
peça tudo que quiser
quantos sambas agüentar dançar
mas não esqueça do nosso trato
da hora de parar
só vamos embora quando tudo terminar
eu vou te levar aonde você quer chegar
eu tenho a chave nada impede a vida acontecer
deixe-se acreditar
nada vai te acontecer
tudo pode ser
nada vai te acontecer, não tema
esse é o reino da alegria

Thursday, November 22, 2007

Sir Paul é o cara

22.11.07

Trinta réplicas gigantes de guitarras Gibson Les Paul foram leiloadas essa semana em Londres. As guitarras fazem parte da campanha de caridade Gibson Guitar Town London, e a renda obtida com o leilão vai ser dividida entre três instituições de caridade.
Ao todo, sessenta guitarras foram leiloadas, trinta de tamanho normal e trinta gigantes, com cerca de três metros de altura cada, que foram pintadas a mão por artistas plásticos e autografadas por grandes nomes da música.
Sir Paul McCartney conseguiu ganhar disparado de seus colegas, e a guitarra autografada por ele foi a campeã, arrematada por 60.000 libras.
Compare com outros valores divulgados (em libras):

Ronnie Wood – 11.000
Roger Waters – 10.500
Slash – 8.500
Paul Weller – 8.000

O comprador da guitarra do Sir McCartney disse que vai doa-la ao Great Ormond Street Hospital em um evento em dezembro, que vai contar com a presença do Paul. Tá sobrando, hein.

Quer mais? Sim! Então clica aí, dá pra ver as fotos das guitas. A que eu mais gostei foi a número 12. Autografada pelo Magic Numbers.
gibsoneurope.com

Singelas e despretensiosas sugestões para o findi curitibano

QUINTA 22.11.07

ERA SÓ O QUE FALTAVA
Mombojó
$$$ 20 (antecipado)

JOKERS
Charme Chulo | Poléxia | De Mefs
$$$ 10

SEXTA 23.11.07

CONSERVATÓRIO DE MPB
Sinfonética Comunitária Flutuante + Paulo Sabbag
$$$ 5 | 2,50 (est.) | 20h

KOROVA
Sabonetes | Nuvens
Dj Trucker
$$$ 5

SÁBADO 24.11.07

KOROVA
Pijama Party
Dj’s Magali | Wonka | Mândy | Gaby | Pedrô Hilton
$$$ 5 de pijama (10 sem)

JOKERS
Eletrochic
Dj's Renan Mendes | Magal | George Actv
$$$ 15 (fem.) | 20 (masc.)

SOHO UNDERGROUND
Ericks
$$$ 10

DOMINGO 25.11.07

PORÃO ROCK CLUB
CWBillies | Chernobillys
$$$ Free (consumo sugerido 8) | 18h

JAMES
Maremotos
$$$ 5

SESC DA ESQUINA
Wandula
$$$ 20 | 10 (est. ou bônus) | 18h30

Wednesday, November 21, 2007

De NY para Curitiba

20.11.07

Fotos: Narah Julia
Não é sempre que uma segunda-feira em Curitiba oferece tão boa oportunidade como ontem. O show do grupo novaiorquino Battles no Era Só o Que Faltava foi uma surpresa agradável para muitos dos presentes que não conheciam a banda.
Os quatro músicos fazem um som único e de teor experimentalista com a ajuda de sintetizadores, três guitarras, dois teclados e uma bateria poderosa, conduzida por John Stanler, que já tocou em bandas que soam familiares ao ouvido, o Helmet e o Tomahawk. O resultado vêm a altura da aparelhagem usada pela banda e soa muito moderno, mas bem palatável.
Com o perdão da piada infame, essa batalha Curitiba ganhou e os guerreiros da capital puderam curtir em casa um belo show. Queremos mais!

Dave Konopka, baixo e guitarra, o Battles é “ influenciado por tudo e nada ao mesmo tempo, e cada show é diferente”.

John Stanler, bateria, “the hardworking guy”. É a levada forte e ligeira da batera que conduz as canções e coloca a galera pra dançar.

Ian Willians, guitarra e teclados, toca com a terceira guitarra que teve na vida, uma Gibson Les Paul Studio.

Tyondai Braxton, voz, teclado e guitarra, capricha nos vocais malucos.

Quer mais? Queira! Então clica aí.
myspace/battles

Sunday, November 18, 2007

Móveis Coloniais de onde?

18.11.07

A história começa assim: lá pelos idos do século XVII, a Ilha do Bananal, que fica no Tocantins, era uma colônia inglesa. Acontece que na ilha, que é a maior ilha fluvial do mundo, os ingleses estavam usando a mão-de-obra indígena para produzir móveis de acaju. Acaju é uma madeira vermelha, muito bonita.
Bem, quem não estava feliz com essa história eram os portugueses, que não achavam legal os ingleses terem uma colônia dentro da colônia deles, e ainda ganharem dinheiro com isso (os móveis de acaju eram um sucesso!).
Foi aí que, pela primeira e única vez na história do nosso país, portugueses e índios se uniram por uma causa, expulsar os ingleses. Estava armada a Revolta do Acaju, onde todos os móveis foram queimados e destruídos, e os ingleses expulsos. Pode pesquisar no Google que é (quase) tudo verdade...
Uns trezentos anos depois, dez moços, residentes em Brasília, mas oriundos de diversas partes do Brasil e do mundo resolveram homenagear os móveis da colônia através de música. Estava formado o Móveis Coloniais de Acaju, uma banda de polka ska jazz bossa mais rock. O nome não poderia ser melhor. Tal qual os móveis do século XVII, o produto que a banda oferece é da maior qualidade e também é um sucesso.
Os calangos passaram por Curitiba na última sexta, dia 16, e, juntamente com Capitão Sete e Los Diaños, esquentaram o feriado da terra fria no Jokers Pub Café. Mas quem vai contar essa história pra gente é o mais novo colaborador do máquecousa, Tião Francis.
Tião foi tão preciso em seus apontamentos que conquistou instantaneamente o direito de se expressar nesse blog. Espero que gostem e comentem!


Os imperdíveis apontamentos de Tião Francis

Por: Tião Francis
Fotos: Carla Andraus


Eu me apresento pela primeira vez, sebasTião Francis, já tendo que escrever de três! É, nada é fácil nessa vida, ainda mais sabendo que terei a dura tarefa de “desancar” alguém. Sabe o que é desancar??!! Não, né?! Mas tudo bem, você já vai entender...

A noite começa no Jokers Pub Café. Existe uma máquina de café no bar, existe um balcão e até um sino de pub, portanto a propaganda não é enganosa. São três bandas e a primeira é Capitão Sete.
Eu poderia pular essa parte, mas já que sou bem pago para fazer meus imperdíveis apontamentos, vamos lá...

Encontrei um amigo (de uma banda da cidade) que avisou que o show já havia começado, perguntei se era bom, mesmo já conhecendo, ele afirmou categórico: “Legal a história de tocar uniformizado, mas o som é ruim e o vocalista pior ainda...”
Sim, eu já sabia, mas fui conferir assim mesmo. Confirmei as palavras do meu amigo, som ruim, vocalista pior ainda e o uniforme era bem feio... Mesmo que alguns fãs, aqueles que ficam bem pertinho do palco, estivessem gostando bastante, o show não empolgou muita gente, apesar de terem usado um “golpe baixo”, uma bela canção do grande Tim Maia, de sua fase Racional! Boa música, banda errada! E assim fecho a cortina para o Capitão Sete!!

Parto para a próxima banda, Los Diaños, deles espero mais, pois em outras oportunidades presenciei boas apresentações!
Realmente o show é melhor e pega a platéia já querendo sentir algo diferente, mesmo que, como banda curitibana, ainda exista uma divisão bem clara entre banda e platéia, um não pode interagir com o outro sob pena de cometer algum pecado sonoro, se é que isso existe! Mas os caras “representam” no seu estilo musical e um baixo acústico sempre chama a atenção, ainda mais quando é bem conduzido... Boa cozinha, bons músicos e gravatas, é claro! Gravatas sempre ficam bem no palco, mas vou fazer o que? Quero ver a atração principal e sou obrigado a fechar a cortina para Los Diaños.

Sim, sim, finalmente chega a hora tão esperada por muitos (principalmente pelas menininhas em frente ao palco), a banda Móveis Colonias de Acaju, acaba de subir ao palco. Boas bandas começam pelo nome, ele pode ser tão ruim que vc nunca esquece ou curioso o bastante para chamar a atenção antes da música. É esse o caso, nunca ouvi a banda, mas sempre quis ouvir, devido ao singelo nome em questão: Móveis Coloniais de Acaju, o que é isso companheiro? Gostei!
Festa, essa é a palavra que mais combina com essa banda. Os caras realmente fazem a festa, é muita presença de palco, principalmente do vocalista da banda. Antes dos shows começarem, eu tinha visto um cara com um cabelo bem legal, com jeito de cabelo de vocalista de banda (hahaha) e comentei com um amigo: - esse cara só pode ser da banda... E ele canta muito, é magrinho, tem uma voz grave, marcante e com poder. Daquele tipo, mais voz que corpo!
No começo o que mais chamou a atenção, foi a “presença” de palco dos caras e olha que eles são muitos (10!!!!! no total), todos participam de uma certa correria ensaiada no palco, em que os músicos ficam trocando de lugar entre si, sem parar e a platéia cai na festa. As músicas possuem um ritmo vibrante, todas, mesmo as chamadas (pela própria banda) românticas e é aí que mora o segredo: A linha de baixo (Fábio Pedroza) é muito bem conduzida junto com o ponto forte da banda, a bateria! Ponto forte, pois, segundo a própria banda eles fazem uma mistura de Ska e Rock e se os metais, vocal e guitarra zelam pelo Ska, é na poderosa batida de Renato Rojas (o feliz condutor do par de baquetas) que a parte Rock surge com maior vigor, e põe vigor nisso! E põe ritmo nisso! Além de ter um bumbo de poder (esse cara tem o pé de chumbo) sua condução dá um peso à banda que ela certamente não teria sem essa bateria!
E o vocalista, André Gonzáles, esse é um caso à parte! O cara manja da arte de estabelecer “relações” com a platéia, hahaha, mas é isso mesmo! Ele tem a moral e usa a seu favor, colocando o povo para dançar, bater palmas, pular, tudo na hora em que quer e com pouco esforço!! E olha que estamos falando do “famoso” público frio de Curitiba!! Mas além das já citadas “menininhas da frente do palco”, que sabiam todas as letras e cantavam junto, o bar inteiro dançou, cantou e pulou, talvez não nessa ordem, mas com muita intensidade.
Eu não poderia deixar passar o lado meio ”novo hippie ou BG” dos caras, tipo essa “nova/velha” onda pseudo política, universitária, largada, de barba, não estou nem aí para o sucesso e tal... Porém, incrivelmente, dessa vez isso não atrapalhou em nada e se os caras já foram citados como sucessores dos tais Hermanos, posso afirmar que eles não possuem um parentesco tão de primeiro grau assim, acho que vão mais longe impulsionados pelas mãos de Renato e pela voz de André. Grande show!!

Sim, sim, não vou esquecer, para o Móveis... Eu abro a cortina!

Friday, November 16, 2007

Revelações inusitadas de Dave Ghrol

16.11.07

A revista Elle americana publicou na edição de outubro uma entrevista com Dave Ghrol, o cara que dispensa apresentações, mas pra quem esqueceu quem ele é, é o ex-baterista do Nirvana e hoje líder do Foo Fighters.
Nessa entrevista ele não fala nem um pouco de música, mas muito de mulheres e situações complicadas. Quem ele acha a mulher mais legal no rock, quem ele odeia, que tipo de mulher ele gosta e etc. Ele conta também qual foi o momento mais gay da sua vida e o que ele aprontou que deixou sua mãe mais brava.
Como dia útil depois do feriado todo mundo empurra com a barriga, eu fui na onda e o único trabalho a que me dei foi traduzir a entrevista para nós. Não estranhe o português estilo inglês, eu quis mantê-la o mais fiel possível. Publicada na íntegra.


Por Andrew Goldman

Após 1994, Dave Ghrol poderia simplesmente se manter atrás de sua máscara do bom rock, autografando cópias do Nevermind, do Nirvana, e contando histórias sobre como é realmente ter Kurt Cobain mergulhando em sua bateria. Ao invés disso, ele começou sua própria banda, o Foo Fighters, que acabou de lançar seu sexto álbum, Echoes, Silence, Patience and Grace. Apesar de ter 38 anos – 112, em anos-rock – Grohl ainda pode zoar como um adolescente, mas será ele realmente, como apontam os rumores, o cara mais legal do rock?

ELLE – Por favor, nos forneça uma cena de humilhação adolescente nas mãos de uma mulher.

DG – Na sétima série, havia essa linda e angelical garota chamada Sandy, que se mudou para Alexandria, Virginia, onde eu cresci. Nas primeiras semanas da escola, eu a convidei para namorar firme. Ela disse sim, e costumávamos nos encontrar em seu armário apos as aulas e trocávamos uns chupões. Depois de duas semanas, ela disse, “Sou nova aqui, não quero ficar amarrada”, e me chutou.

ELLE – Ela era, tipo, uma menina de 23 anos na sétima série?

DG – Nah, mas ela tinha um cabelo pomposo, Jordache jeans, e lábios brilhantes. Então eu entrei no jogo e foi como, “Tanto faz baby, não dá nada”, mas eu estava secretamente de coração partido. Aquela noite eu sonhei que estava no palco, tocando guitarra em uma arena, botando pra quebrar na frente de 20.000 pessoas, e eu olhei para baixo e vi Sandy chorando porque ela cometeu o maior erro da vida dela. E foi esse sonho o que me colocou nessa coisa de rock’n roll.

ELLE – Desde que você é um baterista, e também o vocalista de bandas, você pode fazer alguma generalização sobre os tipos de mulheres que vão para um ou para outro?

DG – Para as mulheres, bateristas parecem com adoráveis e sexy Neanderthais, e os vocalistas misteriosos e perigosos. Então enquanto todos os vocalistas querem ser David Bowie, flutuando em festas e sendo o centro das atenções, são os bateristas que estão no canto aprontando, quebrando mesas. Normalmente, são os bateristas que pegam as mulheres amantes da diversão e os vocalistas pegam os casos malucos.

ELLE – Então você evoluiu de Neanderthal a Bowie?

DG
– Absolutamente não. Eu sou um baterista, não um vocalista. Eu ainda sou o cara aprontando.

ELLE
– Qual você acha que foi seu momento mais gay, quando se sentiu mais atraído por outro homem?

DG – Provavelmente transitando com RuPaul nos bastidores do Saturday Night Live quando o Nirvana tocou em 1993. Ele fez eu ter vontade de abraça-lo.

ELLE – Você já teve alguma paixão inusitada, alguém não convencionalmente bonita mas que, de alguma maneira, você amou ainda assim?

DG
– Ah, cara. Eu tive a maior paixão pela Sissy Spacek, depois que eu vi Carrie. Ela era minha mulher ideal – bonita, pequena e possuída.

ELLE
– Após os sete anos, você e sua irmã foram criados basicamente pela sua mãe. Qual foi a situação em que a viu mais brava?

DG – Quando ela encontrou um bong embaixo do banco do motorista do carro. Ela era professora, então aparecer na escola com um bong no carro era muito ruim.

ELLE – Tirar o bong do carro não é a função 101 de todo adolescente?

DG – Eu sei, mas as vezes quando está chapado você esquece.

ELLE – Que história você pode me contar sobre você e a mulher que me faria duvidar de seu título não-oficial de cara mais legal do rock?

DG – Ih... Quando eu conheci a minha mulher, nós saímos algumas vezes e eu decidi que não estava pronto para um relacionamento sério, então eu simplesmente parei de ligar para ela. Depois de três meses, eu tive uma revelação e telefonei novamente. Ela atendeu o telefone e disse, “Oh, eu nunca pensei que você daria notícias novamente.”

ELLE – Coisa brutal, realmente. Quem é a mulher mais legal no rock?

DG – Norah Jones. Ela tocou em nosso último disco, e eu fiquei surpreso em ver quão agradável e normal ela é, sendo um baita gênio musical.

ELLE – E que tal a mais má, ordinária mulher no rock?

DG – Adivinha só... (Take a fuckin’ guess)

ELLE – Humm, estou tendo um branco. Mas, me diga: eu estou considerando embarcar em uma batalha judicial com Courtney Love – eu acho que ela roubou meu visual. Tendo passado por isso, qual o conselho mais importante que você pode oferecer?

DG – Tenha um bom advogado e senso de humor.

ELLE – Quando sua mulher fala sobre você para as amigas dela, o que você acha que ela mais reclama?

DG
– O fato de que sou virtualmente surdo. Qualquer mulher que vai namorar um músico de rock tem que estar preparada para repetir o que disse a cada 10 segundos. Minha mulher me pergunta onde vamos jantar e soa como a professora do Charlie Brown.

ELLE
– Qual a coisa mais insana que uma fã fez para você?

DG – Houve uma maníaca que queria me matar. Isso conta?

ELLE – Sim, eu acho que ameaças de morte a qualificam como louca. Alguma parte disso foi excitante, de uma maneira “rito de passagem” do rock’n roll?

DG
– Eu acho que era excitante que a cada vez que eu saía do portão da minha casa, eu imaginava se alguém pularia dos arbustos e atacaria minha cara.

Singelas e despretensiosas sugestões para o findi curitibano

SEXTA 16.11.07

JOKERS PUB CAFÉ
Móveis Coloniais de Acaju | Los Diaños | Capitão Sete
$$$ 10 com bônus (15 sem)

PORÃO ROCK CLUB
Uma Thurma (Indie Rock)
$$$ Free até 22h | 5 fem | 7 mas

KOROVA
CandyMan Club (Cure, Echo, New Order...)
$$$ não sei, alguém sabe?

SÁBADO 17.11.07

PORÃO ROCK CLUB
Anacrônica | Terroristas de Butique
Dj’s Ale Fiasco | Isnard Cruz
$$$ 5 com bônus (10 sem)

DOMINGO 18.11.07

ERA SÓ O QUE FALTAVA
Eddie
Dj Gnomo
$$$ 15 (os cem primeiros)

JAMES
Hillbilly Rawhide
$$$ 5

Segura a onda, Wino!

16.11.07


A Amy Winehouse é uma das melhores cantoras e compositoras do planeta. Ela tem um timbre de voz incrível, seus versos convencem como escritos pelo coração e suas canções são bem produzidas. No final de 2006, ela apresentou para o mundo Back to Black, seu segundo álbum, que é excelente e delicioso. Em 2007, colheu os louros da fama. Recebeu 18 nomeações a prêmios por seu trabalho e levou o troféu para casa em metade delas. Mas a coisa desandou.
A potencial diva sempre vendeu sua imagem como menina problema, que gosta de exageros. Ama demais, bebe demais, faz barraco demais. Até aí, tudo normal. O público em geral até gosta de ver o artista que extravasa, que assume publicamente que é um transgressor. Mas o público também gosta de respeito. E a Amy, além de geralmente se apresentar bêbada, já deu o bolo na platéia mais de uma vez.
A última que ela aprontou com os fãs foi na semana passada, no primeiro show de uma turnê pela Europa. Ela subiu ao palco sem condições de cantar, chorando por causa do marido que está preso e bêbada. Começou a ser vaiada e retrucou, dizendo a todos que estavam vaiando para esperarem até o marido dela sair da cadeia. Muita gente foi embora do show e alguns exigem o dinheiro de volta. Tratando seus fãs assim, a Amy mostra que está faltando fibra para merecer o titulo de diva.

contador